Assim que surgiu no palco, sozinha, Feist despejou na platéia toda a sua simpatia. Com jeitinho de menina, dobrou levemente os joelhos, curvou o corpo para a frente e, com os braços, agradeceu a presença de todos, como se estivesse no palco de um teatro. A platéia enlouqueceu na hora.
A primeira música, ela tocou sozinha no palco, acompanhada apenas de sua guitarrra. No final, a banda, vestida de hippie, entrou sob aplausos para tocar, de forma brilhante, a melhor música do último álbum, “The Bad In Each Other”. Foi um momento de arrepiar. O refrão era entoado por toda a casa.
A apresentação seguiu assim, de forma perfeita. “Mushaboom” ganhou uma nova versão, com arranjo menos alegre e dançante, mas lindo. “Feel It All” fez as vezes de grande hit da noite, provocando suor e cantoria na galera ensandecida. “My Moon My Man”, sacudiu o público. Teve até cover de “Broken Social Scene”, banda que lançou Feist no mundo da música.
O arranjo sublime, as coreografias divertidas das backing vocals e, acima de tudo, a voz e a afinação da Feist fizeram do show um espetáculo. Fiquei impressionado com a casa lotada, mesmo tendo rolado um show dela no dia anterior. Encher dois Cine Jóias não é pra qualquer banda ou cantor indie.
Em 2008, ela havia cancelado seu show no Tim Festival dias antes da apresentação. Agora em 2012, finalmente consegui vê-la ao vivo. Por isso, posso falar: ela é imperdível.