Sexta passada foi Dia do Publicitário e o que eu mais vi nas minhas timelines foram piadas como estas do título. É verdade que todo publicitário, principalmente os de criação, são piadistas. Mas acho que o que houve nesta sexta-feira foi algo além disso.

 

Acredito que o pessoal realmente quis colocar pra fora um forte sentimento de desgosto e insatisfação com a carreira, afinal, eram todas piadas que denigriam a profissão destacando que tais profissionais eram “otários” por ganharem pouco, trabalharem demais e aceitarem situações humilhantes.

 

Ora, este caso nada mais é que a representação de um ciclo vicioso muito comum em nossas vidas: a insatisfação. Ela traz pessimismo, ódio, raiva, inveja, revolta. O que gera mais insatisfação.

 

Talvez, quem se ache um otário por ser publicitário esteja na profissão errada. Talvez, quem ganhe pouco, não tenha paixão ou esforço suficientes para crescer. Calma, não me levem a mal. Deixem-me esclarecer melhor.

 

Eu era jornalista. Formado, trabalhava no maior jornal do país. Mas era infeliz. Não tinha vontade de ser editor de nada, nem tinha sonhos de trabalhar em nenhum veículo específico. Portanto, eu era um otário. E achava tudo uma droga.

 

Em todas as profissões temos uma grande camada de profissionais infelizes que não gostam do que fazem, que se sentem usados e escravizados. Vi isso no jornalismo, vejo na publicidade. São revoltados, insatisfeitos com o que fazem, que reclamam, acomodados, e nada fazem para mudar.

 

Os publicitários que hoje se acham otários talvez devessem fazer um balanço de suas vidas e carreiras. É isso mesmo que vocês querem fazer? Realmente são apaixonados pela profissão a ponto de aceitar seus problemas, a ponto de dar aquele sangue a mais que faz com que você cresça, ganhe bem e seja reconhecido?

 

Fica a pergunta.

 

Quem não está em paz com a carreira, talvez não esteja em paz consigo mesmo.