Stephen Chbosky, em seu segundo filme como diretor, criou um clássico moderno. Com carga dramática carregada e sensibilidade à flor da pele, “As Vantagens de Ser Invisível” – ou “The Perks of Being a Wallflower” – é um marco da geração 80-90 e, tenha certeza, será cultuado por muito e muito tempo.

 

Eu me arrisco a dizer que ele tem o mesmo impacto que um “Curtindo a Vida Adoidado” ou “Clube dos Cinco” teve para a geração 70-80.

 

Estrelado por um carismático Logan Lerman (de Percy Jackson) e apoiado por outros dois atores talentosíssimos, Ezra Miller (o Kevin de “Precisamos Falar Sobre Kevin”) e Emma Watson (a Hermione de “Harry Potter”), o filme acompanha um garoto de 15 anos em seu primeiro ano no colegial. Vítima de depressão e com tendências suicidas, ele vem do trauma de ter perdido seu único amigo, que se matou sem ao menos ter deixado uma carta.

 

O filme é uma ode a todos que já se sentiram solitários e sozinhos, que nunca fizeram parte do seleto grupo dos populares na adolescência e que, de alguma forma, sempre se sentiram diferentes do comum. São os indies, os que gostam de músicas que não tocam nas rádios, que lêem e consomem cultura de qualidade e que, por tudo isso, têm uma sensibilidade mais saliente.

 

Os personagens são mágicos. Não só os 3 principais, mas cada um que aparece em cena, do professor de literatura à médica vivida por Joan Cusack. Tudo isso ao som de Smiths, Bowie, New Order, Pavement e Sonic Youth.

 

A frase “Nós aceitamos o amor que pensamos merecer”, talvez um belo resumo da obra, é dita em dois momentos marcantes do filme. E talvez seja um bom exemplo de como ele traz várias reflexões com tão pouco.

 

Mas não espere grandes revoluções cinematográficas. Chbosky se atém ao básico, que é exatamente o que o filme pede. Com personagens bem definidos e uma história carregada de emoção, só resta à direção preparar terreno para que tudo aconteça.

 

Prepare o lenço de papel e curta o mais novo clássico do cinema independente. Filmaço.