Ontem, no Memorial da América Latina, reencontrei Kate Nash pela segunda vez. Sem seus famosos cabelos ruivos, sem seu piano, mas cercada por sua banda de mulheres, Kate abandonou a fofura sonora e mergulhou no rock’n roll, embalando todas as suas músicas com muita guitarra. A simpatia característica estava lá. A correria pela platéia com muitos abraços e cumprimentos também. Ela até levou um fã para o palco: ele tinha o rosto dela tatuado no braço. Rolou também aquele velho ufanismo com a bandeira brasileira transformada em capa de Superman e muitos elogios ao público nacional, o melhor do mundo. Foi um show diferente. Os arranjos de quase todas as músicas mudaram. A própria platéia, acho, se surpreendeu, permanecendo muito tempo parada. De todos os modos, valeu a descoberta deste novo lugar para shows na cidade. Havia ali 25 mil pessoas, mas nenhuma fila. Entrada, caixa, comida, bebida, banheiro, saída. Tudo livre e tranquilo. Sem falar que era de graça – atenção galera que critica os preços dos shows no Brasil. A crítica fica por conta da organização do Cultura Inglesa Festival, que não deixou vender bebida de novo. Mas a brasileirada deu um jeitinho e logo apareceram vários vendedores clandestinos lá dentro.