Como bem disse Cristiano Rodrigues, pegue “Independence Day”, misture com “Transformers”, dê uma pitada de “Tropas Estelares”, coloque um pouco de “Matrix” e duas medidas de “O Segredo do Abismo”. Pronto. Você tem o “Pacific Rim/Círculo de Fogo”, novo filme do Guillermo del Toro.

Eu, particularmente, não sou fã de carteirinha do diretor. Acho que ele tem bons acertos, como o primeiro “Hellboy” e “O Labirinto de Fauno”, e filmes fracos como “Mutação” e “Blade II”.

Mas nesta megaprodução – que se arriscou em não ter atores conhecidos – del Toro acerta em cheio. O visual é muito bem trabalhado. O roteiro, simples como uma superprodução explosiva pede, não trata o espectador como um tapado irracional. Os personagens, rasos, são pelo menos simpáticos e bem construídos – acredite, Hollywood não é boa nisso, vide “Prometheus”. Tudo isso junto, com um óculos 3D na cara, e você tem ótimo programa de entretenimento, melhor que a maioria das superproduções do gênero. Ele lembra a diversão de “Os Vingadores”, mas com um visual e um clima mais bem trabalhados. E consegue ser mais divertido que “Homem de Aço”, “Transformers” e “Piratas do Caribe” da vida.

Uma pena que esteja indo mal na bilheteria. Custou quase 200 milhões de dólares e arrecadou menos de 100 nos EUA. A exibição internacional está compensando, ultrapassando os 200 milhões, mas em Hollywood isso não é bom. Para ser considerado um sucesso o filme deveria estar totalizando mais de 600 milhões no mundo inteiro.

É a tendência atual do cinema americano: menos produções, mas mais caras. Porém, a maioria vem naufragando. “John Carter”, “Cavaleiro Solitário” e “Depois da Terra” são bons exemplos. Acredito que em breve a tendência irá se inverter e teremos filmes menores porém de mais qualidade criativa. Afinal, nossa imaginação trabalha muito mais quando temos menos elementos e estruturas.

É diversão. É fantasia. É entretenimento. É inocência. É pureza. É nostalgia.