Palma Violets ****
Travis ****
Lana Del Rey ****
Blur *****
O Planeta Terra 2013 foi um festival só para fãs. Clarice Falcão e sua inusitada legião de jovens fanáticos. Travis e seus sensíveis seguidores. The Roots e seus viciados em hip hop. Lana del Rey e sua recente multidão de fiéis. Beck e seus velhos apreciadores do bom som. Blur e seus grisalhos fãs de britpop. Acho que apenas Palma Violets destoou do resto, como banda recente ainda sem seguidores.
Festival mais cool do Brasil, o Terra fez seu debut no Campo de Marte depois de deixar os excelentes Vila dos Galpões e Playcenter e após uma rápida passagem pelo lar do Lolla, o Jóckey. E a nova casa foi aplaudida de pé. Fácil acesso, espaços amplos, tranquilidade na mudança dos palcos, pontualidade. A única coisa que realmente incomodou foram as filas para comprar tickets e pegar bebida, algo que não existia no Terra. Talvez a saída da BFerraz na organização do evento tenha sido o motivo pra isso. Os banheiros, finalmente com mictórios nas paredes, eram de uma tranquilidade rara.
O público hipster característico do festival estava lá com suas camisetas cheias de frases e óculos de sol cada vez mais diferenciados. Botas, coturnos, camisas xadrez e até casacos de couro debaixo de 35 graus mantinham a vibe clichê do hipster wannabe. Tatuagens pretas ou coloridas também se destacavam nos braços levantados.
Por causa dessa característica específica de ter sido um festival para fãs, o melhor show da noite dividiu opiniões. Muita gente elegeu ou Blur ou Beck, muitos jovens escolheram Lana e teve gente optando por Travis e até The Roots.
Clarice eu vi o final mas deu para sentir de perto a fidelidade de seu público ao entoar seus já badalados hinos. Em seguida, foi a vez dos moleques do Palma Violets fazerem barulho e agitarem o público com um ótimo rock’n roll. Depois, Travis finalmente tocou no Brasil para satisfação de uma multidão que entoava numa só voz as badalas que tanto ouvimos desde os anos 90. Vi um pequeno trecho do The Roots, mas como não sou nem um pouco fã de hip hop deu pra ver que não perdi nada. A seguir, veio Lana Del Rey e seus fiéis com flores no cabelo e lágrimas nos olhos. É impressionante como uma artista tão recente já pode ter conquistado tanta gente. Acho que foi o show mais cheio de todo o festival, mesmo não sendo headliner. Pronta para ocupar o espaço de Amy Winehouse, Lana desfilou simpatia distribuindo selinhos e abraços para o público da grade. Tudo com muita calma e tranquilidade típicas de uma hippie. Muita gente deixou o festival depois do show dela. No outro palco, dizem que Beck arrebentou. Eu vi os 40 minutos finais, incluindo minhas duas músicas favoritas (Gamma Ray e Girl). Me pareceu um show tão morno quanto o do Rock In Rio 2001. Não vi público mexendo nem dançando. Mas posso estar errado, esta foi a impressão que tive lá detrás. Para encerrar a noite, Damon Albarn, um dos gênios do rock mundial, desfilou sua série de hits e me fez suar e pular como pouco. Era exatamente o show do Blur que eu sempre quis ver. Pra mim, de longe, a melhor apresentação da noite.
Aqui, um resumo em dez tópicos que fiz na noite do festival:
1. A saída da BFerraz na organização foi sentida nas filas pra ficha e bebida.
2. Campo de Marte é um ótimo local pra shows.
3. Os shows foram para fãs.
4. Blur fez a apresentação que eu sempre quis ver.
5. Opiniões divididas sobre o melhor show da noite: Blur, Beck, Lana e Travis. Fiquei com o primeiro.
6. Nunca imaginei tomar tanta bolada na cabeça num show.
7. Festival é lugar de óculos de sol diferenciados.
8. Como sempre, público do Terra é o mais cool de todos os festivais brasileiros.
9. Roda gigante e tobogã agradaram os saudosistas do Playcenter.
10. Axe tinha stand pra carregar celular. Clap, clap, clap.
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Encore:
TRAVIS
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(Acoustic)
LANA DEL REY
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(Bob Dylan cover)
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National Anthem BECK
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(Gloria Jones cover)
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(Michael Jackson cover)
BLUR
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(with Phil Daniels)
- Encore:
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(with Phil Daniels)