Woody Allen lança filme todo ano há décadas. Haja criatividade para criar roteiros tão diferentes em tão pouco tempo. Com tamanha produtividade é natural que alguns tropeços aconteçam, como por exemplo, o recente “Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos”. Mas mesmo quando Woody Allen escorrega fica acima da média da maioria dos cineastas.

Com “Blue Jasmine”, em cartaz, temos o Woody Allen em sua melhor forma. Mas ao contrário dos sucessos recentes cômicos “Meia Noite em Paris” e “Vicky Cristina Barcelona”, além do thriller “Match Point”, aqui Woody envereda para o drama, com pitadas leves de humor. Não é um drama como “Another Woman”, obra-prima do cineasta dos anos 80. Este é bem mais leve. Chega a ser engraçado ver o filme com tantas piadinhas e aquele clima gostoso do Woody Allen enquanto uma história pesadíssima vai acontecendo e uma personagem neurótica, mas carismática, desmorona na tela.

Se Sandra Bullock surgiu em “Gravidade” como favorita ao seu segundo Oscar ela já pode começar a se preocupar. Este posto com certeza foi agarrado com unhas e dentes por Cate Blanchett, uma atriz completa que até agora só foi premiada como coadjuvante por “O Aviador”. Chegou sua vez com “Blue Jasmine”.

O filme é um conto moral que discute o amor pelo dinheiro e pela vida social da elite, o amor romântico e sexual entre homens e mulheres e o que queremos para nossas vidas. Até onde o sucesso profissional é relevante. Até onde o dinheiro traz felicidade. Até onde a pobreza é sinônimo de fracasso. O filme mexe com preconceitos, sonhos e medos de todos nós, esfregando alguns pontos vergonhosos e discutíveis.

Não perca a chance de refletir sobre seus preconceitos sociais e ainda ser brindado por uma interpretação sublime de Cate Blanchett.