David Fincher é o cara que dirigiu os fantásticos “Seven” e “Clube da Luta”. Os divertidos “Quarto do Pânico” e “Vidas em Jogo”. O ótimo “Zodíaco”. Os superestimados “O Curioso Caso de Benjamin Button” e “Rede Social”. O decepcionante “Os Homens Que Não Amavam as Mulheres”. E o início da série “House of Cards”.
Já sacou que estamos falando de um cara que anda na crista na onda, com sucessos de bilheteria, indicações ao Oscar e ícones da cultura pop. Pois ele está em cartaz com este “Garota Exemplar” (Gone Girl), com Ben Affleck e Rosamund Pike. Mas não se anime muito, apesar de divertido, cheio de reviravoltas e muito bem filmado, o filme faz parte da leva mais fraca da filmografia do diretor.
Este quebra-cabeças sobre casamento e a vida na sociedade dos dias de hoje, onde as aparências ainda dão as cartas, tem altos e baixos, boa surpresas, atuações convincentes de um lado (Pike) e medianas de outro (Affleck). Tem um lado muito interessante, ao mostrar a crise econômica dos EUA como pano de fundo de um thriller. Temos as donas-de-casa que perderam o shopping da cidade – hoje dominado por indigentes e drogados. Temos a crise no mercado literário. Temos o desemprego. Tudo na linda terra do capitalismo e das oportunidades.
Vale a pena dar uma assistida. Mas não espere um Fincher de altíssimo nível.