“007 Contra Spectre” estreia hoje. Pode ser a despedida de Daniel Craig como Bond e de Sam Mendes na direção (dirigiu também o anterior, “Skyfall”). Por isso, resolvi fazer um balanço muito particular da série, escolhendo meus filmes favoritos, do pior até o melhor. Vamos nessa?
24. “007 – Quantum of Solace” (Quantum of Solace) – 2008
Depois de Daniel Craig debutar no excelente 007-Cassino Royale, um reboot corajoso da série, as expectativas eram grandes para este segundo filme dele, sob a batuta do talentoso diretor indie Marc Forster (Mais Estranho Que a Ficção, Em Busca da Terra do Nunca, A Última Ceia). Mas deu tudo errado. É verdade que a greve dos roteiristas ajudou (o próprio Craig se viu obrigado a reescrever diálogos em pleno set), mas não dá pra jogar toda a culpa nisso. O vilão fraco vivido pelo excelente ator francês Mathieu Almaric contribuiu. A péssima música tema do Jack White e da Alicia Keys também (e pensar que Amy Winehouse teve seu contrato rompido por não cumprir prazos). A sequência final naquele hotel em que ninguém se hospedaria foi a pá de cal. Mas a falta de um roteiro e a cópia da série Bourne foram cruciais. James Bond não passa um filme correndo por telhados e pulando de janelas. E, principalmente, não pode deixar de comer a bondgirl principal! Fraquíssimo.
23. “007 – Permissão Para Matar” (License To Kill) – 1989
Era o segundo filme de Timothy Dalton na pele de Bond, mas o primeiro escrito realmente para ele (o anterior era para ter sido o último de Roger Moore). Convenhamos, ele podia ser shakeasperiano, mas não tinha o punch de um Bond. Somado a esta catástrofe anunciada, fizeram um filme mais dark, com cara de Super Cine, cheio de cenas feias e pouco empolgantes. A música tema reunia todas as breguices dos anos 80. E o vilão (Robert Davi, um dos paspalhos de Goonies), hoje seria um coadjuvante da série Narcos. O lado bacana é que a casa em que Bond fica hospedado no filme foi palco de uma festa chique que fui a trabalho em Acapulco, lá em 2000. E que um jovem Benicio Del Toro dá as caras. Foi o maior fracasso financeiro da série.
22. “007 – Um Outro Dia Para Morrer” (Die Another Day) – 2002
Eu tenho vergonha desse filme. É verdade que tem coisas bacanas, como a intensa sequência inicial, a música London Calling dando as caras, as homenagens aos filmes anteriores da série (a mais clara, Halle Berry saindo do mar a la Ursula Andress) e algumas boas tiradas cômicas. Mas aqueles efeitos especiais megacomputadorizados, a tosca música tema de Madonna (e sua participação como atriz), o surf no gelo derretido e, principalmente, aquele carro invisível são de matar. Péssimo fim de Pierce Brosnan como Bond.
21. “007 – O Mundo Não É o Bastante” (The World Is Not Enough) – 1999
É o filme em que Denise Richards é uma física nuclear. Bastaria dizer isso. Mas quase nada funciona por aqui. Talvez apenas a sequência inicial, bem promissora. A música do Garbage é de vomitar. Robert Carlyle, o vilão, parece tirado de Austin Powers. Sophie Marceau está chata demais. E o final lembra muito o do filme anterior. Pode ser divertido em alguns momentos, mas é bem ruim.
20. “007 – O Amanhã Nunca Morre” (Tomorrow Never Dies) – 1997
Pobre Pierce, pegou uma série de filmes ruins. O pior é que esse aqui foi até divertido de se ver na época. Tinha um lado cômico meio Roger Moore, boas cenas de ação, mas com os olhos de hoje vemos o quanto é fraco. Aqueles BMWs, vendidos no filme como carrões, são de chorar. O vilão de Jonathan Pryce é vergonhoso. E a música tema de Sheryl Crow, das mais chatas da série.
19. “007 – Marcado Para a Morte” (Living Daylights) – 1987
A estreia de Dalton como Bond não é péssima. Mas também não é boa. Eu, particularmente, adoro a música do A-Ha. Acho boa de verdade. O filme em si é interessante de se ver, tem boas cenas de ação, mas falta aquele humor clássico da série. Dalton se levou a sério demais. Talvez por isso tenha durado tão pouco.
18. “007 contra Goldeneye” (Goldeneye) – 1995
Sabe o que falta na estreia de Brosnan como Bond? Alma. Está tudo lá. Os russos, as piadas, os absurdos, as mulheres. Tem até uma vilã espetacular vivida por Famke Janssen. Além de uma música-tema poderosa escrita por Bono e The Edge, do U2, e cantada por Tina Turner, a Shirley Bassey do fim do século. Mas falta alma. É um filme meio frio e medroso, afinal, 007 estava fora da tela fazia 6 anos e voltava no pós-Guerra Fria. Faltou culhão.
17. “007 contra Octopussy” (Octopussy) – 1983
Roger Moore já estava velho para o papel. A música-tema é um pé no saco. E James Bond se fantasiar de palhaço é uma ofensa. Tirando isso, o filme é até bacana de se ver e foi bem na bilheteria, batendo o bastardo “007 Nunca Mais Outra Vez”, que trazia Sean Connery de volta ao papel depois de mais de uma década.
16. “007 Na Mira dos Assassinos” (A View To a Kill) – 1985
Roger Moore de cabelo acaju e aparentando 70 anos não dá. Vemos claramente que um dublê foi usado na maioria das cenas de ação. Mas o filme é legal. Christopher Walken brilha mais que seu cabelo platinado, assim como a vilã poderosa Grace Jones. Sem falar na sequência final na Golden Gate e da música espetacular do Duran Duran. Não foi uma despedida vergonhosa para o velho Moore.
15. “007 – Os Diamantes São Eternos” (Diamonds Are Forever) – 1971
Porra, é o filme que marcou a volta de Sean Connery à série e que traz Shirley Bassey cantando a música foda Diamonds Are Forever. Tem também aqueles dois vilões gays que morrem com espetos de churrasco enfiados no rabo. O roteiro é irregular? Opa. Está envelhecido? Claro. Mas é bacana. Indicado ao Oscar de Melhor Som.
14. “007 Contra o Homem da Pistola de Ouro” (The Man With The Golden Gun) – 1974
Esqueça a música-tema e as piadas de pavê do tio Moore. Atente-se a alguns fatos: é o filme em que Christopher Lee vive Scaramanga, o vilão de 3 mamilos. Que tem o anão da Ilha da Fantasia como co-vilão. Em que o carro de Bond faz uma pirueta no ar para atravessar um rio. Já o automóvel do vilão vira um avião. E é o filme em que Bond e Scaramanga travam um duelo à moda francesa. É legal pra caralho, apesar de ter ido mal nas bilheterias. Acho um clássico da série.
13. “007 Contra o Foguete da Morte” (Moonraker) – 1979
É o filme em que James Bond vem ao Brasil antes de ir para o espaço. Ei, não é piada, estou falando sério. Ele luta com Dentes-de-Aço (Jaws) no bondinho do Pão de Açúcar, participa do Carnaval e navega pela rio Amazonas antes de cair pelas cataratas de Foz do Iguaçu (!!!). Poxa, a série enfrentava a onda Star Wars. Bond tinha mais é que ir para o espaço mesmo, num bom sentido. Tá, confesso que entendo que tudo isso é bem tosco, mas o filme é muito divertido. Uma palhaçada só, que apenas o tio Moore poderia proporcionar. E a cena de abertura, com Bond lutando no ar sem paraquedas, para mim, é das melhores da série (foi indicado ao Oscar de Efeitos Visuais). Mas a música de Shirley Bassey é chata.
12. “007 Nunca Mais Outra Vez” (Never Say Never Again) – 1983
Nós fãs sabemos que é um filme bastardo – não é dos mesmos produtores da série – mas costumamos acolhê-lo como um dos nossos. Porra, tem Sean Conney de peruca! Kim Basinger como bondgirl. Uma caneta explosiva. E o vilão Blofeld de volta! Mesmo sem a cena inicial do cano, sem a música clássica e outros pontos da série, é um James Bond bem divertido. Mesmo assim, perdeu para Octopussy, com Roger Moore, nas bilheterias.
11. “007 Somente Para Seus Olhos” (For Your Eyes Only) – 1981
Talvez o filme mais sério do tio Moore. Não vemos piadas de pavê por aqui. Chega até a ser estranho. Mas o filme é bom. É bem legal de ver. E a sequência de abertura é a vingança que os fãs sempre quiseram ver. Vale a pena rever. Ah, não posso esquecer da música-tema, espetacular (e indicada ao Oscar).
10. “Com 007 Viva e Deixe Morrer” (Live and Let Die) – 1973
Debut de Moore como Bond. É o filme em que ele pisa nos crocodilos para fugir. Clássico! E é o filme em que a música tema é de Paul McCartney e os Wings – Live and Let Die (Indicada ao Oscar). Preciso falar mais alguma coisa? Um marco na série.
09. “007 Contra a Chantagem Atômica” (Thunderball) – 1965
É o filme com cenas de ação debaixo d’água e com o marido da Tônia Carrero, Adolfo Celi, como vilão. Ganhou o Oscar de efeitos especiais. Revendo com os olhos da época, merecido. Sean Connery em sua quarta investida como o agente brilha muito. Filmaço.
08. “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes” (You Only Live Twice) – 1967
Connery, Sean Connery. O cara está demais em seu quinto filme como 007. É nesse em que Blofeld, da Spectre, finalmente mostra as caras. É também nesse aqui em que aparece aquele helicóptero com ímã que “pesca” carros. Preciso falar mais alguma coisa?
07. “007 Contra o Satânico Dr.No” (Dr. No) – 1962
O começo de tudo. O primeiro filme. Um marco. Tem menos ação que os demais, é verdade, mas é um clássico. Tudo funciona por aqui. Menos a trilha da sequência do cano da arma – arght! Quem diria em 1962 que o agente teria vida tão longa no cinema.
06. “007 – Operação Skyfall” (Skyfall) – 2012
Maior bilheteria da série até agora, é o primeiro de um diretor oscarizado – Sam Mendes, de “Beleza Americana”. É também o mais recente da série e que traz a música-tema de Adele. O filme elevou o nível técnico da série. A fotografia de Roger Deakins é lindíssima. E a direção de Mendes, de se aplaudir. É verdade que o roteiro é um espelho de Dark Knight, do Christopher Nolan. Foda-se. O filme é do caralho. Javier Bardem merecia o Oscar como vilão. Uma pena, uma grande pena que ele perca força na meia hora final, quando Bond e M vão para a Escócia – homenagem a Connery? – e vivem dias de Esqueceram de Mim. Tinha tudo para ser o melhor filme da série. Levou 5 indicações ao Oscar, tendo vencido duas: a canção da Adele e a edição de som.
05. “007 A Serviço Secreto de Sua Majestade” (On Her Majesty’s Secret Service) – 1969
Único filme do modelo australiano George Lazemby como Bond – que erro! – mas dos melhores da série. Dramático, romântico, empolgante, é um filmaço. É aqui que Bond se casa com Theresa! É aqui que Telly Savallas vive Blofeld! É aqui que Louis Armstrong canta We Have All The Time In The World! É este o único filme da série que termina triste! Incrível e ousado.
04. “Moscou Contra 007” (From Russia With Love) – 1963
Único filme da série cujo título em português não começa com 007. Segundo da série, com Sean Connery. Um clássico foda. É o filme da “maleta 007”! Em que Bond começa sendo morto pelo vilão loiro num labirinto! E a música-tema é legal pra caralho. Filmaço.
03. “007 – Cassino Royale” (Casino Royale) – 2006
O filme que mudou o rumo da série. Estréia de Craig como Bond, a obra funciona como um reboot. Esqueceram tudo que havia acontecido com o personagem no cinema e recomeçaram a história. Funcionou e muito. O filme é todo encaixadinho, todo perfeito. De Eva Green, gata como bondgirl, a Madds Mikkelsen, incrível como vilão. Tem também Giancarlo Giannini, como um “amigo” de Bond, e Jeffrey Wright, como o melhor Felix Leiter da série. Além de Chris Cornell cantando uma música-tema foda. Foi lindo de se ver no cinema. Deu orgulho e esperança. Uma pena que tomamos a porrada Quantum of Solace como filme seguinte.
02. “007 – O Espião Que Me Amava” (The Spy Who Loved Me) – 1977
É o filme que permite Roger Moore rivalizar com Sean Connery como melhor 007 das telas. Sou viciado nele e não me canso de rever. É aqui que Dentes-de-Aço aparece pela primeira vez e bem menos idiota que em Foguete da Morte. É aqui que Carly Simon canta a melhor-música tema da série, Nobody Does It Better. Que o carro de Bond vira um submarido. Que Moore inaugura suas sobrancelhas levantadas. Que o vilão vive numa base submarina. É tão do caralho que a Globo passou na Tela Quente no começo dos anos 90, mais de 10 anos depois de ter passado no cinema. Até surgir Skyfall, era o filme da série com mais indicações ao Oscar, 3 (canção, trilha e direção de arte & cenários, todos perdidos).
01. “007 Contra Goldfinger” (Goldfinger) – 1964
Como não dar o primeiro lugar pra ele? É o filme que determinou toda a série, mesmo sendo o terceiro. Incrivelmente foda, cheio de coisas clássicas (o diálogo no laser, o chapéu do vilão Oddjob, a música da Shirley Bassey, a bondgirl pintada de ouro…). O maior clássico dos Bonds. Não por acaso, deu o primeiro Oscar à série, pelos efeitos de som (foi aqui que se inventou o som de um raio laser, usado até hoje no cinema).
Ótima lista!
O 007 Contra Spectre fica em que lugar nessa lista?
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E á propósito… Senso de Humor? Sério que isso é algo importante? Dá uma olhada nos filmes do Daniel Craig! São ótimos… Timothy Dalton só não durou mais pela confusão que estava rolando nos estúdios da MGM quando esta foi vendida, ele ainda tinha mais um filme para fazer, mas as coisas desandaram á tal ponto de ele dizer:
– F*da-se, eu tô fora, valeu falou! (Não exatamente assim, é claro…)
Timothy Dalton foi um ótimo Bond, Roger foi muito inexpressivo, sem falar que a maioria dos filmes de Moore, estão na lista de muitos fãs e críticos como os piores da série (não que eu me importe, Roger não foi tão bom, mas não é desprezível ao MEU ver…).
Timothy é a mistura perfeita do injustiçado (mas não tão injustiçado assim, não é mesmo?) George Lazenby com o maravilhoso Sean Connery. Timothy é o Bond na medida certa, e incluir toda a sua era de filmes numa lista de piores filmes e simplesmente enfiar sua opinião na lista e desconsiderar qualquer outro critério, é tipo fazer uma lista e dizer:
– Hum… Não gostei deste! Vai ficar no número 24 da lista!
Qual é! Isso é parcialidade na seleção, eu sinto muito mas sinto que você elaborou esta lista com o seu parecer (entre infinitas aspas) “crítico”. Eu sinto muito cara, mas você não serve pra criar uma lista dessas, eu disse que respeito sua opinião mas a sua lista é só isso! Sua opinião! Raras vezes eu vi você usando um senso crítico de verdade nela, e quando fez, fez tão pouco que nem precisaria ter utilizado. Revise seus conceito por favor… E não me mate…
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Acho sua crítica quanto á Permissão para Matar, muito injusta. Esse é o tipo de Bond que vale ser assistido, um dos melhores, na minha opinião, Another Way to Die não é ruim, muito boa até (Se ainda não concorda, vai ouvir a trilha sonora de Goldfinger… Jesus…) Mas eu respeito sua opinião, todo mundo tem uma e todo mundo tem o motivo para tê-la, não vou te matar pela sua opinião ser completamente diferente da minha.
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