Eu adoro filmes de jornalismo investigativo. “Todos Os Homens do Presidente”, “A Montanha dos Sete Abutres”, “Intrigas de Estado”, “Zodíaco”, “Capote” e até “Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”. Ainda mais quando é baseado em fatos reais.

“Spotlight” mostra a investigação do Boston Globe sobre os crimes de pedofilia cometidos pela Igreja Católica na cidade. Todos lembramos quando este escândalo, que rendeu o Pulitzer ao jornal, estourou na TV. E para isso, o longa entrega talvez o melhor elenco do ano, com atuações premiáveis de Mark Ruffalo e Michael Keaton (que já havia vivido um editor no fraco “O Jornal”, de Ron Howard), além das presenças marcantes de Rachel McAdams, Liev Schreiber, Stanley Tucci e Billy Crudup. É mágico ver tanta gente boa reunida na tela.

Sinto falta de obras como esta no cinema americano atual. Está tudo muito voltado para o blockbuster recheado de efeitos especiais mas, normalmente, com roteiro desinteressante e sem imaginação.

Não que “Spotlight” seja um primor de criatividade, pelo contrário, a qualidade está exatamente na sobriedade e seriedade com que encara a história. Mas tudo é feito com dignidade e sem menosprezar a inteligência do espectador, fato raro nos dias de hoje.

Acredito que o filme, por mais que receba indicações ao Oscar neste quinta, nunca venha a ser um grande sucesso e que obras como esta permaneçam como raridade em Hollywood.

Se eu fosse você, daria um pulo numa sala da sua cidade para ver o que é um bom cinema.