“A Grande Aposta” vem embalado com várias indicações ao Oscar (Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Montagem, Ator Coadjuvante) e comparações com “O Lobo de Wall Street”, pelo tema e pelo olhar cômico sobre o assunto. Mas para mim, “A Grande Aposta” se junta a dois outros longas, um pouco mais antigos, para formar uma trilogia sobre a crise financeira de 2008.

“Inside Job” veio com o lado profundo e documental sobre o tema. “Margin Call – O Dia Antes do Fim” – do excelente diretor J.C. Chandor – trouxe o drama e a seriedade do assunto, mas já com a roupagem de ficção. E, agora, “A Grande Aposta” usa a comédia e o absurdo, para tratar deste momento igualmente ridículo da história recente de nossa civilização contemporânea.

Porque depois de assistir aos três filmes, só nos resta virar algumas doses de gin tônica para tentarmos entender que diabos de mundo é esse que construímos.

O filme vale a pena. É engraçado, exagerado, ao mesmo tempo que desesperador e incômodo. Traz Christian Bale mais uma vez bem, mas Steve Carell ainda melhor (e pensar que foi preterido por Bale na indicação de coadjuvante…), além de competentes Brad Pitt, Ryan Gosling e Marisa Tomei.

Tenta a todo momento ser bastante didático e informativo sobre as nuances do mercado financeiro, muitas vezes usando famosos para explicar termos e situações. Tudo bem exagerado e cômico. Estes são alguns dos momentos em que a quarta parede é quebrada ao longo do filme. A exemplo de “O Lobo de Wall Street”, atores/personagens falam diretamente com o espectador o tempo todo.

Mesmo sendo um bom filme, me estranha constar nas indicações ao Oscar de melhor longa de 2016, enquanto “Steve Jobs”, Sicario”, “Carol” e mesmo “Divertida Mente”, filmes claramente superiores, não aparecem. Coisas da Academia.