Confirme presença no lançamento do livro “Vozes Na Rua”

Jamais vou esquecer a noite em que chegou o e-mail da Bibi, minha eterna Marília Pêra. Ela era a segunda pessoa a ler meu livro e fez um textão, grande mesmo, detalhando tudo que tinha achado da obra. Começou com: “eu estava com tanto medo de não gostar”. O meu medo era ela ser sincera demais – como é quando se trata do profissional. Pois ela foi e isso foi ótimo. Ela me entregou uma análise como poucos. Separou em temas: visão geral, pontos fracos, pontos fortes. Citou frases do livro, em aspas. Se aprofundou em reflexões. Discutiu ideias da história e da narrativa. Sugeriu mudanças. Foi minha primeira editora. Foi um trabalho tão cuidadoso, tão profissional, tão sensível, que eu não poderia deixar de chamá-la para escrever o texto da contracapa. Ela demorou, é verdade, mas ele veio. E agora está impresso para toda a eternidade. Bibi, obrigado, de coração. Jamais vou esquecer. Para quem quiser conhecer o texto, é este aqui:

“Por dentro e por fora, qualquer coisa vai mudar no mundo de Artur. Entre os gritos das manifestações políticas que tomaram as ruas, ele busca a própria voz. Através de seus olhos de artista, revisitamos um momento histórico que ecoa com força cada vez maior, as Manifestações de 2013.

Enquanto muitas vezes a falta de diálogo afasta pessoas e cria um pensamento maniqueísta, Artur traça o caminho avesso: em um roteiro ágil, jovem, fácil de ler, ele toma contato com um mundo que não é o dele. Outras gentes, outras cores, outros pontos de vista. Artur se propõe a dialogar – não é à toa que a maior força de Vozes Na Rua está nos diálogos. Quem lê consegue ouvir cada uma dessas vozes.

Ao se repensar, Artur encara suas crises existenciais e se torna mais inteiro, mais fiel a si mesmo. Como quem desenha um mapa através desse caminho percorrido por ele. Daguito Rodrigues nos leva pela mão. E, por ser quem é, não poderia fazer isso de outro jeito: com leveza, coloquialidade e muito bom humor. Como quem diz que a gente pode, ao mesmo tempo, olhar fundo pra dentro e se levar menos a sério. Fazer piada de tudo e ainda assim, tocar as pessoas. E meter o dedo na sociedade. E falar de amor. Quem é que aceita falar de amor? É um ato de coragem. Mas é justamente de coragem que precisamos. Artur. Daguito. Você. Eu. E o Brasil. Agora.

Bibi Piragibe é jornalista e atriz.”