Terminei a primeira temporada de “Stranger Things” e entro no coro da nostalgia dos anos 70-80. A série é cheia de referências a filmes da época – veja o vídeo abaixo. É um bom programa de entretenimento, misturando o suspense e fantasia, e principalmente terror trash, mexendo nos baús das crianças que guardamos na dimensão ‘Upside Down” de nossas mentes.
Não foi à toa que Stephen King tuitou que adorou a série: “foi como ver um ‘greatest hits’ das minhas histórias”, disse. E foi mesmo, porque a ideia central da outra dimensão aberta pelo governo e que libera monstros do além é basicamente o plot do conto The Mist, levado ao cinema por Frank Darabont (de “Um Sonho de Liberdade” e “À Espera de um Milagre”, ambos também baseados em obras de King, e ex-responsável por “The Walking Dead”).
Os atores mirins, como sabem, brilham na tela como as crianças de “Stand By Me” e “Goonies”. Aliás, o primeiro não foi só uma referência à premissa das crianças buscando um amigo perdido como também serviu para o casting da série. Os atores mirins tinham de ler cenas do longa. A história de que a pequena Millie Brown, a Eleven, só foi convencida a raspar a cabeça depois de ver Charlize Theron em Mad Max também é boa. Mais uma referência aos 80, mesmo que modernizada.
A escolha do elenco adulto foi também certeira na homenagem aos 80. Vale citar o retorno de Winona Ryder a uma obra de sucesso e ao ressurgimento do quase galã Mathew Modine, que flertou com o estrelato na época. Você deve se lembrar dele em “Nascido Para Matar”, do Kubrick.
E a trilha sonora é uma sensação à parte. Tanto pelas músicas clássicas de The Clash, Joy Division, Echo and the Bunnymen, New Order e outros, mas também pela música incidental, com seus teclados eletrônicos tão característicos da época.
Em anos em que o cinema é voltado aos jovens de 14 a 25 anos, nada mais saboroso do que ver uma série para nós velhinhos, dos 35 aos 45. É gostoso de ver.
É verdade também que a série tem uma leve queda no meio, no que seria o 2o ato do arco narrativo da temporada, algo comum na maioria das obras audiovisuais. Mas para uma série de apenas 8 episódios fica um tanto quanto complicado. O miolo é recheado daquelas situações que seriam de fácil solução se os personagens conversassem entre si. Conflitos e situações que não servem para nada além de encher linguiça. Mas passando esse período de queda, a série volta a engrenar na metade final.
Eu peguei “Alien”, “A Coisa”, “E.T.”, “Tubarão”, “A Profecia”, “Hellraiser”, “Contatos Imediatos do 3o Grau”, “Poltergeist”, “O Exorcista”, entre outros. Está tudo lá. Veja o vídeo abaixo pra checar o que você pegou e o que você perdeu. E se ainda não assistiu, corre pra ver. Vale a pena.
Outro link bacana pra pegar algumas referências é esse daqui: http://legiaodosherois.uol.com.br/lista/24-referencias-e-easter-eggs-em-stranger-things.html