Esta cidade esquizofrênica é a terra da prosperidade. A tal locomotiva do Brasil. E depois de quatro anos de progresso, comparável ao de outras grandes cidades do mundo, o povo quer mudar.

O pessimismo e o ódio dos últimos anos cegaram muita gente. Porque me parece risível trocar a gestão que temos hoje pelas opções que se apresentam. Ela não é perfeita. Mas mudar agora é retrocesso. Os outros são despreparados demais, basta acompanhar os debates e sabatinas. Tá assistindo? Já viu que o João Doria tem o mesmo discurso do Donald Trump: “Não sou político, sou um gestor. Vou governar como empresário”. Então…

O que vivemos nos últimos quatro anos não é pouca coisa.

Um novo plano diretor nasceu. Limitando os espigões dentro dos bairros, que causam tanto trânsito nas ruelas de uma cidade que cresceu sem planejamento. As vagas para carros nesses prédios diminuíram, incentivando o uso de meios alternativos. Como a bicicleta, que ganhou finalmente um mapa integrado que nos permite cruzar a cidade como quisermos – até o Metrô, o ponto de ônibus, o trabalho. É uma nova opção. Barata, democrática e sustentável. Imagine se elas já existissem nos anos de Copa do Mundo, quando tudo trava? Bi-ci-cle-ta.

Mais de 400 km de faixas exclusivas e corredores de ônibus garantiram ao paulistano o que temos de mais valioso hoje em dia: tempo. Ganhou-se 4 horas de vida por semana. E essa malha ajudou a diminuir os índices de congestionamento, veja só. São Paulo saiu do Top10 mundial de trânsito e hoje tá lá atrás entre as 60.

Os limites de velocidade também caíram e, com eles, as mortes no trânsito. Taí algo também valioso, concorda? Porque as ruas foram devolvidas às pessoas, provando que o paulistano sabe sim fazer Carnaval – e ainda lucrar bastante com isso. Quem já foi a alguma das dezenas de festas de coletivos culturais que pipocaram pelo Centro sabe bem. O SP Na Rua é o grande ápice disso. A Paulista fechada também.

Vagas para carros deram lugar aos simpáticos parklets, que mostraram que podemos curtir também o asfalto. E andar em ônibus com wifi, ar condicionado e sistema de recarga do Bilhete Único. Que por sua vez ganhou a versão Mensal, tão comum lá no idolatrado exterior. Mais de 700 mil estudantes ganharam passe livre nos ônibus! Os demais paulistanos, o direito de usar o Uber, legalizado pela administração. Com a concorrência, a tarifa dos táxis caiu. Quem usa sabe.

A saúde ainda é um problema. Nacional. Mas pela primeira vez um prefeito construiu três hospitais. Três, algo inédito. As novas creches vão zerar a fila de espera em dois anos. Mas claro que pouca gente viu, são obras na periferia. Onde também estão os CEUs, que agora receberam universidades. E as novas luzes de LED, mais econômicas e de maior poder de iluminação. Isso é um trabalho inteligente pela segurança.

Mas o prefeito é de um partido corrupto. Como se a Marta não fosse do PMDB do Temer, do Renan Calheiros e do Eduardo Cunha. Como se João Dória não fosse do PSDB do Trensalão, do escândalo da merenda, da compra de votos pela reeleição etc. E como se Russomanno não fosse… Russomanno.

Haddad passou 6 anos no Ministério da Educação e praticamente 4 na Prefeitura de São Paulo sem nenhum escândalo. Nada. Nenhuma acusação. Tem a vida limpa. Você pode não gostar do PT, mas Haddad é diferente.

A atual gestão criou um órgão de auditoria independente que acabou com a tradicional máfia dos fiscais, sabia? E ainda recuperou centenas de milhões de reais desviados pela corrupção. Dinheiro que estava em contas no exterior e hoje está de volta em forma de serviços para a população. Aliás, o atual prefeito renegociou as dívidas das outras gestões e hoje São Paulo é uma cidade muito mais sadia financeiramente. Motivo pelo qual foi capaz de se tornar o governo que mais investiu na cidade em quatro anos. Não sou eu quem falo, são os números.

Mas o ódio não sai do paulistano. Ele reclama do radar, como se tivesse uma vontade insana de descumprir a lei. Siga as sinalizações que nenhuma “indústria da multa” irá te pegar. Simples assim.

Ainda há muito para ser feito. São Paulo está longe de ter seus problemas solucionados. Mas a cidade do progresso avançou muito. Cumprindo seu papel como vanguarda do país.

Eu digo que virou a chavinha. E isso é o mais importante. O que temos hoje é uma cidade mais humana voltada para quem deve ser: nós. As pessoas. São Paulo é nossa. Então vamos cuidar dela.

Eu não acredito em pesquisa há muito tempo. E acho que é possível virar quando se deixa o preconceito de lado e se reflete de verdade. Esse Fla x Flu político pode jogar São Paulo nas mãos erradas e provocar mais um retrocesso.

Nossa cidade não merece abrir mão do Haddad e voltar no tempo. Eu não mereço, você não merece. Se pensar um pouquinho e abrir o coração, você vai entender.

Como li no Facebook outro dia, só entende isso quem pensa na cidade. E não no próprio umbigo.

Os demais candidatos elogiam as ações de Haddad. Não têm propostas. Então vem, São Paulo!

Saúde:

1) reformou 9 hospitais e construiu 3;
2) hospital dia da hora certa: 33 novas unidades equipadas;
3) programa braços abertos: oferece moradia e tratamento para dependente químico;

Educação :

1) 410 novas creches;
2) 31 novas escolas, reduzindo 28 % a fila;
3) aumento do piso salarial;
4) capacitação de 33 mil professores para história africana;
5) merenda orgânica em 23% das escolas;
6) 33 Universidade pública nos céus

Arte:

1) rede pública de cinema – cinema de graça – 20 salas;
2)incentivo ao Carnaval de rua;
3) São Paulo agora tem: parque Chácara Jockey, clube Tietê, parque 7 campos, parque borore Colônia, parque dos búfalos ( implantação), clube náutico guarapiranga, Centro de esportes radicais;
4)programa ruas abertas – 29 regiões;
5) desentralizacao da virada cultural – indo para periferia;
6) 354 km de ciclovia – 0, 2% do orçamento da prefeitura;
7) Ônibus na madrugada;

Transporte:

Redução da velocidade: menos 7 mil acidentes em 2015 e menos 38,5% de acidentes com vitima;

Em 2013 o trânsito de SP era o 7¤ pior, hoje estamos na 58¤ posição;
Bilhete único mensal;
Tirou o controlar;
Regulamentação do Uber.

Sobre a transparência do governo Haddad:
1) Criou Controladoria Geral do Município;
2) Adotou a modalidade de pregão eletrônico para aquisição de serviços que, estima-se, tenha economizado em torno de R$ 600 milhões por ano!
3) Criou um Portal de Dados Abertos, com várias bases de dados sobre políticas públicas, inclusive os dados do IPTU da Cidadade!
4) Criou o Programa São Paulo Aberta, a primeira iniciativa de governo aberto do Brasil — Escolhida pela OGP (Open Government Partnership) como 1 dos 15 entes subnacionais piloto em política de transparência e participação!;
5) Criou o Programa Agentes de Governo Aberto, iniciativa de formação em cidadania, uso dos dados públicos e redes sociais <33
6) criou as Bibliotecas que são polos de acesso à informação – qualquer pessoa pode ir a essas bibliotecas e registrar um pedido de acesso à informação 😉
7) é a primeira cidade a ter todos os contratos na íntegra;
8) Escala Brasil Transparente, FGV avaliam SP como a capital nota 10 em transparência
9) Fez, de modo participativo, um Código de Conduta Funcional que promove o comportamento ético entre os servidores;
10) Adotou um sistema (SISPATRI) que permite verificar enriquecimento ilícito (como foi na máfia do ISS)
11) Reduziu a dívida do município em R$ 46 bilhões.

Quem compara vota Haddad.

Deixo com vocês um texto do Facundo Guerra.

 

Fomos proibidos de te amar, São Paulo

São Paulo é uma cidade no futuro: pós-apocalíptica, radioativa, seca, onde um dia dinheiro e trabalho não serão os únicos imperativos da vida social

Herdamos o mito dos bandeirantes, e vocês transformaram Borba Gato, esse genocida, em fundador de nossa identidade. De legado temos esta metástase em forma de desenvolvimentismo estéril, estas milhões de toneladas de concreto que hoje tentamos adornar para deixá-las suportáveis, mas que seria melhor não existissem.

Nos confinaram em bolhas de metal, em bolhas de concreto, em bolhas de vidro, como se fôssemos gado que tem por ração plástico. Disseram na nossa cara que praia de paulistano é shopping, que Cumbica é o melhor lugar de nossa cidade, que plano de aposentadoria é pousada na Bahia. Que aqui não se cria filho, que essa terra só serve para ganhar dinheiro, como uma versão apocalíptica de Serra Pelada.

Nos deram uma ponte hedionda como novo cartão postal, transformaram nossa espinha dorsal em uma avenida de banqueiros, bairros inteiros em cidades-dormitório. Nos chamaram de feios, sem horizonte, sem perspectiva além da fuga. Que aqui não tem amor. Envenenaram nosso ar, nossa água, e até ela nos usurparam.

Por identidade nos deram os bairros, que ainda assim se digladiam entre si, o excesso de trabalho e um superpoder: a capacidade de deixar o outro invisível, praticada todos os dias com pessoas e lugares, nos semáforos, quando nos deparamos com o dependente químico que chamamos de zumbi, metáfora usada em tom cruel e irônico para dar nome ao nosso maior monstro social, justamente porque eles não produzem como nós, os viventes.

Nossa história e arquitetura foram deixadas às ruínas, que ativamente permitimos que desmoronem. Nos legaram um palimpsesto de cidade, onde sobrepomos uma camada de concreto à outra, sem respeito pelo passado, planejamento ou cuidado.
Nos disseram que devemos conquistar ou ser conquistados, non ducor duco, fomos colocados em estado permanente de guerra uns contra os outros, nos envenenaram com o medo pelas ruas e deixaram que o único elemento que nos cimentasse fosse o ódio comum e ancestral por São Paulo. Sem história, sem horizonte, perdidos.
Fomos proibidos de te amar, São Paulo.

Chega. Talvez essa relação atávica de ódio nos encha os olhos de cataratas e não consigamos dar nome a essa emergência ainda, mas o faremos, com o devido distanciamento histórico. Ocupamos as ruas com comida, com música, com arte, com cinema, com vida em toda a sua potência. Vimos no feio o belo, deixamos de ter medo da rua, que surge como um eixo que começa a aglutinar em torno de si uma nova identidade de paulistano. Lutamos com mil unhas e dentes por um pedaço de terra que até então não era mais do que um estacionamento e que chamaremos de parque. Fizemos da cicatriz causada pelo militarismo um espaço para ensinar os novos paulistanos a andarem de bicicleta. Ocupamos lugares que nunca tínhamos visto e recuperamos a avenida das mãos dos banqueiros. Faremos turismo na cidade que habitamos. Não aceitamos mais esse ódio, esse estado permanente de guerra, a necessidade de conquistar o outro diariamente.
São Paulo é uma cidade no futuro: pós-apocalíptica, radioativa, seca, onde um dia dinheiro e trabalho não serão os únicos imperativos da vida social. Quando o mundo tremer, todas as cidades serão parecidas com a nossa. Do caos e da feiúra emergem uma beleza que apenas nós, que rejeitamos sua ideia de belo, vemos.
Temos vontade de rua, negamos seus heróis, seus monumentos, seus carros, seus modos de vida. Nem que nos custe décadas, mas faremos algo belo com os escombros que herdamos e deles faremos uma cidade, não uma abstração chamada São Paulo. Ocuparemos cada fresta, cada trinca, cada buraco da cidade cinza. Aqui se encerra esse ciclo de ódio e se abre uma possibilidade de um novo começo na relação com São Paulo.

Nossa terra está em transe. Somos afortunados. Somos os novos paulistanos, e essa cidade é nosso rolê.