Cresci com medo de São Paulo, não só porque era a cidade do meu dentista e onde eu fazia as botas ortopédicas, mas porque me dava medo. Achava gigantesca. Naquela época o único elogio que se ouvia era: “os bares e os restaurantes são ótimos”.

Hoje sei que SP é um conjunto de vilas diferentes, pequenas cidades aglomeradas, cada uma com suas características – os bairros que cada um frequenta determinam estilos de vida completamente distintos. Claro que não me dá mais medo, pelo contrário, sinto muito amor.

Minha alegria hoje é ir descobrindo os novos buracos, as novas festas, os novos lugares de pessoas criativas e interessantes, que sempre pipocam, ano a ano.

Estou paulistano desde 1998, e já vi lugares incríveis nascerem, atingirem seu auge e morrerem, e a graça desse lugar é esse dinamismo, essa loucura que cria e destrói coisas belas. Eu te entendo, São Paulo.

Amo caminhar pelas ruas, pegar ônibus e metrô, andar de bicicleta, passear pela Roosevelt, correr no Ibirapuera ou no Minhocão, descer a Augusta, cruzar a Paulista, fazer picnic nos muitos parques, subir as ladeiras de Perdizes, descer as ladeiras da Aclimação, beber na Santa Cecília, comer na Vila Buarque, acho um lugar que instiga e convida a ser descoberto. Basta querer.

São Paulo, meu amor, você tem muitos defeitos como todos nós, mas suas qualidades são infinitas. Você não nasceu bonita, mas como as pessoas mais interessantes que conheço, tem tantas qualidades, é tão cheia de verdades, que te acho maravilhosa.

Já visitei a maioria das grandes cidades do mundo e nenhuma é tão vasta e heterogênea quanto você, nenhuma tem essa cena cultural alternativa pulsante, nenhuma oferece tanto para cada tribo diferente. Diversificada, inquieta e viva, tem a melhor noite do mundo e nos presenteia com dias incríveis. Nenhuma é tão a minha cara quanto você.

💛 São Paulo, você me deu a minha vida e a minha alegria. Retribuo devolvendo a você todo o meu amor. Feliz aniversário!