Enquanto Silvio Santos age de forma racista, temos uma Miss Universo negra. Enquanto Weintraub comete erros crassos de gramática e vida, Sâmia Bonfim dá um alento na Câmara. Portanto, a Era não é da Ignorância — temos bons exemplos do quanto a sociedade tem avançado — mas do Ódio.

Porque o Ódio, amigos, ele não perdoa nem quem está do lado certo da História. Afinal, vamos confessar: nós odiamos os fascistas. Claro, a dor e a destruição que eles provocam é primitiva e retrógrada, jamais poderia ser admitida nesta etapa da civilização. Odiamos uma lista enorme de nomes do atual (des)governo brasileiro, mas também de celebridades, supostos artistas e empresários. Certo?

2019 foi o ano em que aprendemos que odiar faz parte. É um sentimento explosivo que transborda nossa insatisfação e nossa revolta. Amar é lindo, o amor é o máximo, mas para que ele reine, temos de combater — e odiar — tudo aquilo que impede o florescimento e a propagação do amor. De nada adianta saltitar por campos floridos dizendo que o amor pode tudo se logo atrás vem uma cavalaria de tanques truculentos babando saliva e desprezo. Morte.

Vejam os vídeos de tortura neste ano: vimos uma série deles, em supermercados e obras. Vejam os de racismo, os de misogenia e machismo. Vejam seus vizinhos. Seus colegas de trabalho. Sua tia que faz uma empadinha deliciosa. Tá chegando o Natal, é hora de olharmos para todos eles.

Fascistas não merecem perdão — por mais que o sejam neste momento por pura ignorância ou manipulação. Porque, não importa o motivo para se tornar fascista, quando se é um, se alimenta o Ódio que mata pessoas, que destrói sonhos e que implode um país.

Não é hora de estar em cima do muro. Não é hora de pregar a paz. Não é hora de ficar dando as mãos e cantando poesia. É hora de agir. E odiar o fascismo é o primeiro passo para se combater a Intolerância e o Retrocesso.

2020 vai ser bem pesado.