M.Night Shyamalan já foi comparado a Steven Spielberg e Alfred Hitchcock. Hoje chega a ser risível lembrar disso. Ele brilhou com o inesperado sucesso de “O Sexto Sentido”, algo que nunca conseguiu repetir, apesar de bons trabalhos posteriores. “Corpo Fechado” teve uma recepção média nos cinemas, mas cresceu muito em DVD e hoje é um filme cultuado por uma legião de fãs. Notícias sobre uma possível sequência pipocam de vez em quando. Em seguida, Shyamalan nos deu o bom “Sinais” e novamente fez as pazes com o sucesso. Depois, veio o excelente “A Vila”, que trouxe uma boa bilheteria mas parte da platéia torceu o nariz. Daí ele tropeçou pela primeira vez com “Dama na Água”, que eu particularmente gostei muito pelo paralelo com a Guerra do Iraque, mas a maior parte do público não entendeu e a crítica desceu o cacete. Veio “Fim dos Tempos”, com uma boa premissa e um ótimo começo, mas que não se sustentou como longa-metragem. Além da falta de talento de Mark Whalberg e da falta de química com Zooey Deschanel. Um filme broxante. Então, Shyamalan abandonou os projetos pessoais e fez The Last Airbender. O filme teve bons resultados de bilheteria, mas não se tornou a febre que os produtores esperavam. Por fim, Shyamalan nos entregou “Depois da Terra”, com Will Smith e filho. Filme fraco, fraquíssimo, que realmente não merece a sua atenção. Uma pena. Shyamalan era um cineasta coeso, que sabia misturar um gênero de fantasia com outro mais sério – vida paranormal e drama em “O Sexto Sentido”, super-herói e drama em “Corpo Fechado”, extraterrestres e drama em “Sinais” etc. Hoje é inexpressivo e preguiçoso.
-
Pingback: “A Visita”: Shyamalan faz as pazes com o sucesso | daguito rodrigues