Hoje é Dia Nacional do Escritor, minha gente. Pois é, um país de poucos leitores tem uma data especial para nós, profissionais das letras. Também, o Congresso aprova cada data comemorativa, não é mesmo? De todos os modos, a data é sim importante.
 
Ser escritor, dramaturgo ou roteirista num país pobre, sem educação e governado pela direita é uma ambição e tanto. E não falo dessa ambição careta do drama burguês. Falo da ambição verdadeira, de pastar sem perspectivas de champanhe, Saint Tropez ou coberturas. Falo da paixão por contar uma boa história e, de alguma maneira, emocionar quem lê. De ir contra a corrente, de brigar com os boletos das contas, com a cobrança da família, com a carga horária, com empregos paralelos, com as escrotices do mercado editorial… Falo da paixão pela criação, pelo empenho. Falo da reescrita e da reescrita e da reescrita. E do textinho ali no papel. Letrinhas perdidas.
 
Então, dou os parabéns a todos os meus amigos, companheiros da labuta e colegas de mercado. Nós merecemos, somos heróis.
 
E vamos continuar. Tentem nos impedir!